sexta-feira, 29 de julho de 2011

A ilusão perdida


A ilusão perdida adormece quieta e
solitária nas dobras
doloridas da alma.
Como se o dia findasse a luz
opaca de meus olhos que vertem
silenciosas lágrimas agridoces,
ansiando somente a clareza
da noite insone.
Tua lembrança arde em meus olhos
vermelhos, mais ainda no peito
ferido que verte gotas de sangue.
Procuro por ti nas tardes solitárias
ouvindo Chico e lendo Vinicius.
Restam-me apenas música e poesia.
Penso em Orfeu e Eurídice, na
trágica história de amor que aqui
vira referência para
acalentar a minha mágoa.
Não preciso do silêncio para
escrever esse poema.
Tua lembrança me basta.

Rita Venâncio
(Imagem: andreiacorre.blogspot.com)

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