O silêncio que toca a minha alma
é o barulho que afugenta
meus pensamentos.
Mergulho na dor que se projeta
nas arestas da dúvida e
reflete em mim o desejo
que irrompe feito a lava de
um vulcão no deserto do tempo,
na distância que há entre você e eu.
Você é a angústia que sangra
a boca doce no amargo
beijo da despedida
Hoje estou contemplando
girassóis em dias de chuva,
negras sensações que
permeiam a vida.
A vida que não sinto minha
nas veias do coração
machucado, ferido no
espinho da rosa escarlate
feito o brasão que cobre seu peito de general.
Ainda existe a muralha
onde o general se abriga e
se esconde do sentimento
tornando os olhos um espelho vago e sem luz.
E na imagem refletida que
vem das lágrimas agrestes
sinto na ausência dorida
o abandono da lua que chora nas gotas
orvalhadas da madrugada vazia.
Rita Venâncio
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